Postagens

PAPEL HIGIÊNICO PM

O início das marcas próprias no Nordeste O ano era 1976, março, se não me engano; check-in feito no Hotel Nacional do Rio de Janeiro onde seria realizada a Convenção anual de Supermercados da ABRAS, me dirigi à área dos expositores, onde os maiores fabricantes de produtos de consumo disputavam quem tinha o melhor ou maior stand, atendimento VIP aos supermercadistas, dezenas de promotoras e demonstradoras cada uma mais bonita que a outra, gerentes e diretores à disposição dos clientes para apresentar-lhes seus últimos lançamentos, comes & bebes da melhor qualidade, etc. Nós da R. PASSOS, éramos representantes de algumas dessas empresas, e assim, eu tinha que me desdobrar para ficar bem com todas. Uma dela, a COMPANHIA FABRICADORA DE PAPEL, pertencente ao Grupo Klabin, tinha montado um belo stand, encimado com uma embalagem gigante de dois rolos do papel higiênico EXTRA-FINO (feito em madeira compensada), muito bem-posicionado, chamava a atenção dos participantes. Consegui levar o di...

PAPEL CELOFANE VOTOCEL

1968 - De Acondicionadora a Distribuidora Paralelo ao negócio de representações, meu pai resolveu criar uma indústria de produtos que complementasse a nossa linha, até então, composta exclusivamente de embalagens. Os usuários de sacos plásticos (padarias, indústrias de produtos alimentícios etc.), compravam em São Paulo, pequenos fechos de alumínio, bastante utilizados no fechamento dos sacos. Após uma rápida pesquisa, ele resolveu adquirir prensas, moldes, e, usando alumínio como matéria prima, fundou a ACONDICIONADORA INDUSTRIAL, LTDA. Posteriormente, faria também tampas de alumínio para garrafas de leite, embalagem de vidro tradicional que vendíamos, produzidas pela nossa representada CISPER. Enquanto isso vendíamos, dentre outros produtos, PAPEL CELOFANE, de fabricação da S/A Indústrias Votorantim – Setor Votocel. Meus clientes eram as floriculturas, armarinhos, varejistas e atacadistas de miudezas, artigos para festas e presentes. Os de meu pai, as fábricas de charutos, grandes co...

BATES DO BRASIL - de porto seguro a fim de papo!

Claro que - conforme vaticínio do meu pai - fiz muitas bobagens nessa minha vida de vendedor. Umas pequenas, outras grandes. Nunca fiquei no médio (ou no cinza). Para fazer uma “m....” grande, me sobrava competência.     Depois de muito “ralar” meu pai conseguiu aquela que veio a ser, até o final da sua vida, a melhor representada da R. PASSOS: a BATES BAGS VALVE CORPORATION OF BRASIL, posteriormente denominada, BATES DO BRASIL S/A.   Com seu esforço, dedicação e competência, ele posicionou a BATES, como o maior e melhor fornecedor de máquinas para ensacar e sacos de papel do nosso estado (Bahia), principalmente os multifolhados destinados à embalagens de: cimento, cal de pedra, calcário, derivados de cacau (licquor e powder), e posteriormente, baler twine (cordas de sisal), resinas termoplásticas ( polietileno, polipropileno, pvc, etc.), e sacos para saída de supermercados.   Como consequência, desde que me entendo como “gente” tivemos um bom padrão d...

LENÇOS DE PAPEL KLIN - O FIO DA MEADA

Recém-inaugurada na avenida do Contorno, em Salvador, no início dos anos 70, a primeira loja da UNIMAR era considerada pelas classes média e alta, a melhor loja da cidade. Não pelo seu tamanho, mas pela variedade de produtos sofisticados que ela oferecia, principalmente os importados e os frutos do mar. Apesar dos preços altos, era uma delícia visitar a loja. Um dia, final de tarde, encontrei na loja o seu proprietário, que me disse que estava com a cabeça quente:   - Minha mãe é uma grande consumidora de lenços de papel YES, e, de repente, não consigo mais comprá-los para vender na loja, e ela todo-o-santo dia, me cobra!   Você pode ver pra mim, uma solução?   - Claro!   Apagar incêndios era minha especialidade! 😉   Fui entender o que estava acontecendo:   A Johnson & Johnson, era a fornecedora dos lenços de papel YES, mas não os produzia. Era dona da marca, mas quem os produzia, era a Companhia Fabricadora de Papel, do grupo K...

BATISMO AOS 18 ANOS / Vendedor-viajante

Em 1966, com 18 anos, faria a minha primeira viagem à região sul do estado da Bahia, mais precisamente às cidades de Ilhéus e Itabuna.   Acredito que, pela minha cara de menino, meu pai determinou que eu visitasse os clientes trajando terno e gravata.   Não lembro se coloquei no dedo, o anel de formatura que pedi emprestado ao filho de um amigo de meu pai que morava em Ilhéus, ou, se pedi e não usei. A ideia era me apresentar de forma a obter dos clientes, um mínimo de respeitabilidade, pois a cara não ajudava.   O maior cliente da região era a rede de supermercados Messias, e seu principal sócio e diretor da empresa, o sr. Ailton de Melo Messias.   Meu objetivo era vender-lhe sacos de papel e sacos plásticos.   O sorriso e o comentário inicial do sr. Ailton, a respeito da minha elegância, quase me derruba na entrada:   - Você com essa elegância toda, deve ser o filho do sr. Passos, não é?   - Sim sou. A partir de agora, so...

JAIME ANDRADE PAES MENDONÇA

Jaime, Jaiminho, Dr. Jaime, Sr. Jaime ou seo Jaime, eram os nomes pelos quais atendia o meu amigo Jaime.   Nos conhecemos ainda crianças, ele bem mais novo que eu, nas visitas que nossos pais nos faziam. O sr. Mamede na nossa casa, e meu pai, Rubem Passos, na dele.   Houve um hiato grande de tempo, quando da sua adolescência e os estudos em São Paulo, na mesma época em que eu começava a trabalhar, ainda muito cêdo, como vendedor da firma de meu pai, a R.Passos & Cia. Ltda.   Voltei a encontrá-lo já como comprador, depois gerente e diretor da empresa Paes Mendonça S/A., enquanto eu representava várias empresas como: Melitta, Klabin/Cia.Fabricadora, Cisper, Nivea, dentre outras.   Lembro de verdadeiros “embates” com ele, quando sentávamos para negociar. Comigo, ele sempre foi duro, destemido algumas vezes, e, por vezes um grande blefador. No final os negócios acabavam sendo bons, para ambos os lados.   Muitas vezes me ajudou a melhorar as p...

XODÓ DA BAHIA – Quase tudo deu certo

Lá pelo meado dos anos 70, um grupo alemão instalara uma fábrica de sucos de frutas na Bahia e, da mesma forma que no caso da águas minerais, eu perdia sempre as concorrências para a venda de garras one-way , que eles utilizavam, para o fabricante   de Recife, em razão do custo do frete, e algumas vezes do próprio produto também.   Um certo dia, recebi um pedido de cotação do cliente, cuja razão social era BAHIA FRUTOS S/A, para fornecimento de uma grande quantidade de garrafas, e, quando o meu diretor me informou qual seria o preço que eu deveria cotar, argumentando que, ainda assim lhe causaria prejuízo que seria compensado apenas, pelo fato de cobrir parte dos custos fixo, com a utilização das suas máquinas, meio desanimado, preparei a proposta e fui levar ao cliente.   Além de desanimado, eu estava também, meio chateado. Pedi tanto, que imaginava um preço melhor.   Ao entrar na sala do Diretor de Compras, que era alemão, ele fez um gesto para que eu m...